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Como o cuidado pessoal leva a melhores resultados na
obesidade
Há décadas, os comissários de bordo nos lembram
da importância de priorizar a colocação das máscaras de oxigênio. No
entanto, atender às nossas próprias necessidades antes de ajudar o
próximo, faz sentido não somente em situações de emergência, mas
também no nosso dia a dia. Embora possa parecer egoísta no início, o
cuidado pessoal desempenha um papel fundamental nos esforços
bem-sucedidos de controle de peso.
Qual é a diferença entre cuidado pessoal e egoísmo? Você se surpreenderia ao saber que as pessoas que convivem com a obesidade têm que enfrentar constantemente um mundo de julgamento e estigma?
Não é surpresa saber que indivíduos que vivem com obesidade buscam evitar críticas muitas vezes adaptando seus comportamentos para fugir do criticismo
Como psicólogo isso me leva a ter duas preocupações. A primeira:
essa dinâmica prepara as pessoas para se tornarem bajuladores. A
segunda: esse padrão corrói a autoestima porque, independentemente do
que uma pessoa que convive com a obesidade faz, o estigma é
inevitável. Você por ter ouvido por ai que o viés contra a obesidade é
um dos ultimos vieses aceitáveis.
Os seres humanos são seres sociais e, como resultado, para a maioria, somos sensíveis aos sentimentos e atitudes dos outros sobre nós. Então, podemos nos machucar facilmente. Como já diria o ditado brasileiro "a língua é o chicote do corpo"..
A autoestima pode ser frágil. Sofremos pancadas e arranhões, quedas e escoriações à medida que vivemos. Isso é verdade para todos nós, independentemente de quão forte seja a nossa autoestima. E as pessoas com baixa autoestima? Quanto elas podem suportar antes de chegar ao fundo do poço?
Isso nos diz que a autoestima precisa ser protegida, reparada e rejuvenescida. Isso requer cuidado pessoal, autocompaixão e bondade. Não é tão fácil sentir-se mal consigo mesmo e enfrentar críticas constantes (explícitas ou implícitas).
Grande parte do nosso comportamento pode ser compreendido pela ótica
dos impulsos psicológicos. Você ficaria surpreso ao saber que nossas
motivações podem ser resumidas de forma bem simples? A maioria de nós
pode descrever nossas motivações básicas como algum grau de combinação
de duas motivações principais.
Primeiro, a motivação para fazer a diferença, realizar algo que valha
a pena (muitas pessoas querem deixar uma marca no mundo, deixar um
legado). Chamamos isso de motivação de realização. Em segundo lugar, e
ao mesmo tempo, queremos ter conexões significativas e profundas com
os outros (queremos ter alguém que cuide de nós, não queremos morrer
sozinhos). Chamamos isso de motivação de afiliação. Algumas pessoas
têm um equilíbrio entre essas duas motivações e outras são mais fortes
em uma área do que em outra
Se você tiver uma forte motivação para a realização, provavelmente será o tipo de pessoa que está trabalhando arduamente e sendo responsável. Ótimas qualidades, mas elas podem comprometer o cuidado pessoal. Se você tiver uma necessidade pessoal, mas tiver um prazo ou compromisso, uma pessoa com alta motivação de realização colocará suas necessidades de lado e cumprirá seu compromisso.
Agora, se você tiver uma forte motivação de afiliação, provavelmente
será o tipo de pessoa que é gentil, confiável e solidária. Ótimas
qualidades, mas elas também podem comprometer o cuidado pessoal. Se
você tem uma necessidade pessoal, mas alguém com quem você se importa
precisa de apoio, uma pessoa com alta motivação de afiliação deixará
suas necessidades de lado e cuidará das necessidades dos outros.
Acho que você sabe aonde eu quero chegar. “Por vários motivos, é fácil para as pessoas colocarem suas necessidades pessoais em segundo plano.” Agora, vamos rever minha pergunta: qual é a diferença entre cuidado pessoal e egoísmo?
Se você tem baixa autoestima ou costuma colocar suas necessidades abaixo das tarefas que precisa realizar ou das necessidades dos outros, concentrar-se em suas próprias necessidades pode tomar tempo e energia desses impulsos externos
Afinal, só temos um certo tempo e uma certa quantidade de energia e dinheiro etc. No início, as pessoas podem facilmente se sentir desconfortáveis em investir energia, tempo e dinheiro em suas necessidades pessoais. Você pode fazer menos coisas ou pode não estar tão atento às necessidades dos outros. É aí que acontece a confusão entre cuidado pessoal e egoísmo.
A saúde psicológica exige que atendamos às nossas próprias
necessidades. O cuidado pessoal é fundamental. Na verdade, é
necessário e um direito que temos. Eu realmente gosto da expressão
“faça o seu melhor”. Deixe-me explicar.
Pense em quando você está na sua melhor condição, quando tudo está bem e você está pensando, sentindo e agindo como a pessoa que você mais quer/quis ser. Seu melhor eu o colocará em uma situação em que você provavelmente fará o seu melhor trabalho ou será mais sensível e atencioso. Em outras palavras, tanto a motivação da realização quanto a motivação da afiliação estão ligadas ao cuidado pessoal.
É verdade que você pode percorrer uma longa distância ignorando suas próprias necessidades, mas geralmente, as coisas não funcionam bem no longo prazo. Por exemplo, você já se perguntou por que as taxas de suicídio são tão altas entre os médicos?
Embora a medicina seja uma profissão muito nobre, geralmente bem remunerada e tratada com um alto nível de respeito social, os médicos são cuidadores.
E se olharmos para o outro lado da moeda, ser um médico pode ser
muito estressante. Envolve atender a demandas intermináveis de serviço
e lidar com tragédias médicas regularmente. Imagine ser um cirurgião
e, apesar dos seus melhores esforços, a pessoa, na mesa de cirurgia,
morre. Agora imagine se isso acontece repetidamente ao longo dos anos
sem culpa pessoal.
O cuidado pessoal é necessário para prevenir o esgotamento, a depressão e os vícios – todos os quais contribuem para as altas taxas de suicídio de médicos.
Aqui está uma segunda história. Você já ouviu falar do empresário bem-sucedido que constrói um grande patrimônio, trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana e acumulando cada vez mais? Mas, à medida que essa riqueza toda se acumula, perde-se a capacidade de ter tempo para se concentrar em necessidades ou relacionamentos pessoais. Esta história não termina bem. A pessoa pode acabar sozinha e sem saúde.
Frequentemente, vemos pessoas nessas situações morrendo de ataques
cardíacos ainda jovens. O cuidado pessoal é necessário para
prevenir esse afastamento de relacionamentos
importantes (cônjuge, filhos, família e amigos) e a negligência à
saúde (ganho de peso, hipertensão arterial, diabetes, doença
cardíaca).
Espero ter convencido você de que, para ser o seu melhor possível, você precisa atender às suas necessidades pessoais. Deixe-me encerrar este blog repetindo algo que eu disse em um blog anterior. A autoestima é a estima que você tem sobre si mesmo; me desculpe se isso parece simples. Espere, talvez seja mais simples.
A autoestima é uma questão pessoal:
O cuidado pessoal é um caminho para construir a autoestima.
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Se você tem dúvidas sobre o seu peso e a sua saúde, busque ajuda profissional. A conversa com um especialista pode ser o primeiro passo por mais qualidade de vida.
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