Entenda como o tratamento da obesidade protege o coração
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. São mais de mil óbitos por dia, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Um em cada dez brasileiros sofre de doenças nos rins, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)⁵. E a obesidade é um fator de risco – seja indiretamente, ao predispor à hipertensão arterial (pressão alta) e ao diabetes tipo 2, ou diretamente, ao prejudicar o funcionamento normal do órgão ¹-².
Publicado em: 24 de fevereiro
Um em cada dez brasileiros sofre de doenças nos rins, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)⁵. E a obesidade é um fator de risco – seja indiretamente, ao predispor à hipertensão arterial (pressão alta) e ao diabetes tipo 2, ou diretamente, ao prejudicar o funcionamento normal do órgão¹-².
O rim é um órgão do sistema urinário extremamente importante para a nossa sobrevivência. Entre as suas funções, estão a eliminação de toxinas do sangue por um sistema de filtragem, o controle da pressão sanguínea e regulação da formação do sangue e dos ossos³.
O excesso de peso eleva o tamanho da área corporal que precisa de irrigação. Dessa forma, os rins precisam trabalhar mais para filtrar todo o sangue, o que pode sobrecarregá-los. Esse trabalho extra, com o passar do tempo, pode desencadear a falência do órgão⁴-⁵.
Como o rim é afetado pelo excesso de peso?
Quando uma pessoa tem obesidade e os rins precisam se esforçar em dobro, estruturas chamadas glomérulos são afetadas1-6. Isso pode gerar uma complicação chamada “glomerulopatia relacionada à obesidade”, cuja incidência aumentou dez vezes nos últimos anos, de acordo com a SBN. Com o tempo, essa complicação pode levar à lesão renal progressiva e à insuficiência renal crônica¹-⁶.
Além da gordura em excesso por si só, o diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial, doenças associadas à obesidade, são as duas maiores causas de insuficiência renal crônica no Brasil e no mundo, segundo a SBN2.
Quando a pressão arterial está muito alta, os vasos sanguíneos sofrem lesões e, nos rins, isso pode levar à perda de eficiência para filtrar o sangue e remover os resíduos da forma correta. Esse dano nos vasos também ocorre quando a glicemia (açúcar no sangue) está fora de controle¹-².
De pedra nos rins à insuficiência renal e câncer
A insuficiência ou doença renal crônica (DRC) é uma condição na qual
os rins perdem a capacidade de cumprir suas funções básicas, podendo
chegar à sua paralisação total.
Nos casos mais graves,
pode ser necessária a hemodiálise (um procedimento artificial que
remove os resíduos e a água em excesso do sangue) ou até mesmo
transplante¹-⁶
A obesidade é muito comum em pacientes que
estão na lista de espera por um novo rim.
Pessoas com a condição
também tendem a apresentar piores resultados, quando submetidas ao transplante⁶
Também é importante mencionar que a obesidade aumenta o risco de
câncer nos rins.
Estima-se que 17% e 26% de todos os cânceres
renais em homens e mulheres, respectivamente, estão relacionados ao
excesso de peso.
E a lista de prejuizos, infelizmente,
não para por ai. Estar acima do peso também é fator de risco para
nefrolitiase, condição conhecida como cálculos renais ou pedras nos
rins. Isso porque a gordura excedente está associada a um menor PH da
urina e ao aumento da secreção de substâncias que formam os
cálculos.
Além disso, padrões alimentares, como uma dieta
rica em sódio, também podem predispor à nefrolitiase. Um outro fator
de risco para os calculos renais é a resistência à insulina (quando
esse hormônio tem dificuldade de exercer suas funções, o que pode
evoluir para diabetes tipo 2), comum entre pessoas com obesidade'.
Como ter rins saudáveis?
As doenças renais costumam ser silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas até que se tornem mais graves. Por isso, é importante manter uma rotina de consultas médicas e exames periódicos, incluindo os de sangue e de urina¹-⁴-⁷.
Muitos sintomas aparecem somente nas fases mais avançadas e incluem inchaço, fadiga, presença de espuma na urina, perda de apetite, anemia, náuseas e vômitos. No caso da insuficiência renal crônica, quando ela não é diagnosticada previamente, o paciente pode desenvolver complicações cardiovasculares¹-⁴-⁷.
Além de tratar a doença renal, também é importante cuidar da condição de base. Em pessoas com sobrepeso ou obesidade, mudanças no estilo de vida, com restrição calórica e aumento de atividade física, associadas ao tratamento de hipertensão e do diabetes, podem reduzir em até 30% o risco de desenvolver insuficiência renal¹-⁴-⁷.
Para manter a saúde dos rins em dia, é importante reduzir o consumo exagerado de sal e de açúcar; aumentar o consumo de água e de alimentos in natura; não fazer uso indiscriminado de anti-inflamatórios, pois, em excesso, podem prejudicar os órgãos; e controlar a pressão arterial e os índices de glicemia, o colesterol e os triglicérides⁴-⁸.
Saiba mais:
Obesidade em homens e mulheres
O papel de cada profissional de saúde
Referências:
1. Kovesdy CP, Furth SL et al. Obesidade e
doença renal: consequências ocultas da epidemia. J Bras Nefrol.
2017;39(1):1-10. 2. Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Dia nacional de prevenção da obesidade. Disponível em https://www.sbn.org.br/noticias/single/news/dia-nacional-de-prevencao-da-obesidade/.
Acesso em outubro de 2023. 3. Sociedade Brasileira de
Nefrologia (SBN). Compreendendo os rins. Disponível em https://www.sbn.org.br/o-que-e-nefrologia/compreendendo-os-rins/.
Acesso em outubro de 2023. 4. Ministério da Saúde.
Insuficiência renal crônica. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/insuficiencia-renal-cronica/.
Acesso em outubro de 2023. 5. Sociedade Brasileira de
Nefrologia (SBN). Um em cada dez adultos apresenta doença renal
crônica, diz SBN. Disponível em https://www.sbn.org.br/noticias/single/news/um-em-cada-dez-adultos-apresenta-doenca-renal-cronica-diz-sbn/.
Acesso em outubro de 2023. 6. García-Carro C, Vergara A et al.
A Nephrologist Perspective on Obesity: From Kidney Injury to Clinical
Management. Front. Med. 2021 Apr 13;8:1-11. 7. Schelb JEC,
Pereira S et al. Obesidade e doenças renais: aspectos
fisiopatológicos. HU Revista. 2018;44(2):231-240. 8. Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN). Como se prevenir. Disponível em https://www.sbn.org.br/utilidades-para-o-paciente/como-se-prevenir/.
Acesso em outubro de 2023.
BR23OB00220 - novembro/2023